quarta-feira, 11 de junho de 2014

Literalmente
















Se eu fosse sombra de verdade
Entraria no dia dela
Ela me procuraria na praia
Depois que o sol lhe machucasse a pele delicada.

Se eu fosse o vento de verdade
Acariciaria o seu rosto
Brincava com o cabelo, todos os dias,
E de vez em quando levantaria o seu vestido.

Se eu pudesse ver através dos tecidos
E só tivesse poucos instantes
Eu sairia correndo pela rua feito um louco
Ao encontro dela.

Se eu fosse invisível de verdade
Invadiria o seu quarto durante o seu sono de anjo
E contaria os fios dos seus cabelos
Quantas noites durasse...

Se eu soubesse voar de verdade
Como repetidas vezes em meus sonhos
Colocaria rosas em sua janela
E com um batom escreveria poemas no vidro.

Se eu tivesse algum "controle universal"
Eu apertaria o zoom ao olhar para o seu decote
Pause quando ela sorrisse
Repeat quando olhasse para mim.

Se eu pudesse ler a sua mente
Eu ganharia na disputa com qualquer CDF
Como o leitor do ano
E faria dela o meu livro de cabeceira.

Se eu fosse ela por vinte e quatro horas
Gastaria todo o tempo olhando-me no espelho
Só para me ver vendo-a nua
E poder lembrar-me de tudo no dia seguinte.

Se eu fosse uma muriçoca
Voaria do Vale da Muriçoca até a casa dela:
Beijaria, morderia e sugaria todo o seu corpo
Mesmo pondo em risco a minha vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário