sexta-feira, 29 de maio de 2015

Crespos


aspiro acordar ao seu lado
inspiro expiro espero
supero respiro suspiro
piro...

com seu cabelo encaracolado
espirais espirais
cadernos de poemas
inspirais...

miríade de fios ásperos
beleza em cachos
volutas,

aspiração que não expira:
apreciar seus lençóis
espirrar caracóis.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

No quinto dos invernos


Cinco primaveras sem meu bem de jardineira
Borboletas e colibris fazem greves de beijos
Os zangões se zangam por qualquer besteira
E depois dos motins sou motivo de motejos.

Cinco verões que saio para ver o pôr do sol
Sempre acompanhado do meu amor próprio
Invejo casais felizes jogando seu frescobol
E conto os grãos de areia em microscópio.

Cinco outonos com chão repleto de pétalas
Ao desfolhar mal me quer, mal me quer
A brisa serena vai formando as mandalas.

Por quatro invernos mais que eternos
Durmo de conchinha com o meu amor próprio
Mesmo com um pé no quinto dos invernos.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Bicho de sete estrofes


Poesia é um bicho solto
Pra mulher subir pela parede
Como a sereia que sobe o rio
Quando uma onça mata a sede.

Poesia é um bicho dos livros
E eu sugiro que não os abra!
Sente-se melhor uma ovelha
De frente pro chupa cabra.

Poesia é um bicho dos livros
Entre as folhas como o caipora
Que leva a gente à perdição
Sem noção de espaço e hora.

Poesia é um bicho confuso
Pois se não lhe falta a cabeça
Como na mula sem cabeça
Falta-lhe um parafuso.

Poesia é um bicho diferente
Do temido bicho papão
Pois só aparece quando ligam
A luz da imaginação.

Poesia é um bicho misterioso
Nela de tudo se inventa!
Até se mata um lobisomem
Utilizando bala de menta.

Poesia é uma mentira cabeluda
E como na Bahia não neva
O monstro das neves faz um bico
De abominável poeta da treva.

Chocolate surpresa





Magras?
Só me apaixono
Pelas falsas...