Se me jogarem para as cobras
Eu
volto com poemas venenosos
Rastejando
aos vossos pés
Se
me jogarem para os porcos
Em
vez de dar o peixe
Eu
ensino a vara a pescar
Se
me jogarem para os pombos
Eu
volto com a revoada
Cheio
de poesia revoltada
Se
me jogarem para os gafanhotos
Eu
volto como praga
Andando
sobre as nuvens
Se
me jogarem para as abelhas
Eu
caso com a abelha rainha
E
causo o maior enxame
Se
me jogarem para os cordeiros
Eu
oriento cada um deles
A
seguir o seu próprio caminho