O jardineiro

Se você fosse a minha flor

Passaria as quatro estações

Em meu humilde jardim

Regada a poemas de amor

A arte de ser inútil

Se eu fosse compositor

Escreveria doze letras de musica

Somente para a mulher desejada

E conquistaria o seu amor.

Se eu fosse escritor

Escreveria doze livros com 600 páginas

Falando sobre como nos conhecemos

E conquistaria o seu amor.

Se eu fosse artista plástico

Faria seis pinturas e seis esculturas

Exaltando os belos traços da mulher desejada

E conquistaria o seu amor.

Se eu fosse arquiteto

Derrubaria muros, construiria pontes

Ergueria doze colunas como a do Pathernon

Que sustentariam essa paixão.

Se eu fosse dramaturgo

Eu a faria personagem principal

A conquistaria em doze atos

E no último, eu ganharia seus beijos e abraços

Em vez dos aplausos e elogios.

Se eu fosse cineasta

Faria doze longas com o nome da amada

E encurtaria a distância

Entre ela e a minha cama.

Se eu fosse fotografo

Usaria vários filmes de doze poses

Fotografava cada sorriso, cada olhar dela

E o seu amor por mim se revelaria.

Se eu fosse poeta...

Ahhh! Se eu fosse poeta

Faria doze odes, inúteis

Pra conquistar, ao menos, alguns leitores

E o apreço da mulher desejada.

Previsão do tempo

Está chovendo decepções

Frustrações

A vida é um teste relâmpago

E eu não estudei...

Quando estudei não aprendi

Não tenho a vida inteira

Não tenho todo tempo do mundo

Somos todos tão frios...

Precisamos nos proteger...

Mas, não façamos tempestade

Em copo d’água

Andemos sobre as nuvens que há

A bonança tarda, mas não falha

Bem... Possa ser que falhe

Mas um raio nunca cai vinte vezes

No mesmo lugar

Poema sublime

Hoje acordei determinado a

escrever algo profundo:

Fossa das Marianas

Que nos permitisse

alcançar as alturas:

Monte Everest

Algo que queimasse,

ardente, explosivo:

Etna

Que fizesse despertar;

ou que lhe tirasse o sono:

café

Que deixasse qualquer uma

molhadinha só em ver:

Cataratas do Iguaçu

Que fizesse até a mulher

mais insensível chorar:

cebola