sábado, 27 de outubro de 2012

Codinome colibri





Você não sabe quem sou eu
porque uso um codinome: colibri
Voo desvairado pelo jardim em teus seios
E vejo flores que não posso beijar

Gravadas na mente como tatuagem
Flores, flores, flores
Pra onde olho só vejo flores
Rosas vermelhas, rosas brancas, açucenas
Todas com muito mais graça
que minhas penas

Lírio, delírio, colírio branco
Níveas pétalas ornadas pra enlear
Sempre será primavera em seu colo
E verão em seu olhar

Preciso aprende a ouvir sim



O homem não tem querer
O home tem insistência
Convence, investe, aposta
Mas não escolhe nada
Aguarda ser escolhido

A mulher não tem só inteligência
como arma para conseguir o que quer
Mas prefere a resistência, a paciência
Espera, escolhe, dá chances
Diz, mas não conhece o não

Bendita a mulher que é procurada
pelo homem que ela ama;
Sortudo o homem que é amado
pela mulher que ele procura

Aja coração



Falo de saudade, desejo...
Que penetra na carne
No ritmo do coração
Em disparos, pulsação, latejo
Com o saco cheio de amor!
Pois é só o que tenho pra dar

Autobiografia



A vida de cada um de nós daria um livro interessantíssimo
A diferença está na forma que a história é contada
Assim, se gosta de contar as suas experiências
seja sensato e não saia falando por aí
Elas podem não ser interessantes,
e muitos não queiram ouvir suas histórias e opiniões
A voz não respeita, vai entrando, invade, rouba...
Só o que é escrito nos dá o direito de escolha
Pois o escrito é educado, bate a a nossa porta,
mas sempre nos pergunta: gostaria de me ler?
Agora, por exemplo, ninguém o obrigou a
ler este meu comentário, obrigado!
Alguns o abandonaram no segundo ou terceiro verso
Outros nem o notaram
Você o leu até aqui e seguirá até a última palavra por querer
Portanto, ele interessa a você, eu vejo isso claramente,
não precisa mais fingir que não.

Passear com gatos



As pessoas só caminham com cães porque estes as seguem.
Mas para caminhar com gatos é preciso que nós os sigamos.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O preço da praça


A praça! A praça agora tem grades,
cadeados, correntes
Cães de guarda, spray de pimenta
e cassetetes
Ela não é mais do povo
Nem dos pombos

A praça não nos leva ao mundo
em uma fração de segundo...
Se ao menos escutassem o som da minha voz
eu cantaria na praça meus fracassos e glórias
Mas, só me deram as redes sociais
Não me deram tribuna,
nem o dom da oratória

Não gosto de megafones
Desconcerto-me todo em público
Ao microfone esqueço até o meu nome,
idade e numero de telefone

Aqui?
Sei que não sou cliente de nada
não passo de mero produto
Mas, sendo o produto,
serei um produto à frente do tempo
Um produto-protesto, estragado,
indigesto

Pra que pintar a cara,
tirar a roupa em público,
abraços simbólicos
ou atirar sapato na cara dos outros?

Não me jogo debaixo de cassetetes
ou em boca de cachorro
Nem dou o braço a torcer
Prefiro escrever
Pois, o que se escreve
bala de borracha não apaga

Iara


Iara dos meus sonhos
Índia da minha lenda
Na orelha, uma pena
de rabo de pavão
Porque não tem nenhuma
do meu coração?

Voluptuosa - Uma tentação
vestida da sedução de serpente
e do enlevo da onça pintada
Vestida para seduzir
Quer tudo, como quem não quer nada

Enfeitiçado - Olho fixamente em
seus olhos castanhos, amendoados
Lábios suculentos
Cabelos negros que escondem os seios
e desvela o meu anseio
de esperar pelo vento

Peixão - Corpo de mulher
Carinha de moça
Mãe das águas – podes
nadar em qualquer rio
Mas, nada em minha poça