domingo, 28 de agosto de 2016

Obra de engano


Você pode contar a versão que você quiser
Através da sua perspectiva, do seu ponto de vista
Da sua visão de mundo e sensações
Mas não pode mudar o que foi, o que é ou está.

Você pode enganar os fracos de espírito
Pagar de perfeito, inocente, justo, verdadeiro, correto...
Mas não pode se livrar das culpas e angústias
Que cedo ou tarde cairão sobre você.

Você pode fingir que não viu, ouviu ou entendeu
Pode defender seus equívocos até a morte
Não dar o braço a torcer, não pedir perdão ou desculpas
Porque o erro e o inferno estão no outro.

Você pode dar o mérito da sua felicidade a Deus
E a você mesma. Mas todo Deus precisa de um diabo...
Você pode creditar seus infortúnios ao diabo
E aos outros. Mas a culpa é destes, de deus e sua.

Você pode fazer o que deus gosta
E ficar de boa no céu ou ser punido no inferno
Ou você pode fazer o que o diabo gosta
E ficar de boa no inferno ou ser punido no céu.

Você pode não assumir, fugir, se esconder no silêncio
Negar até a morte, jurar de pés juntos
Jurar pela vida do seu filho, sua mãe, seu pet...
Ou pelo Deus que te ilumina.

Você pode omitir, mentir, inventar, aumentar...
Ignorar, consciente ou inconscientemente
Sorrir sorriso amarelo, dizer que é feliz
Ou culpar os outros pelos seus problemas,

Mas os seus olhos não conseguem mentir
Nem em poses para fotografias
Você pode se enganar e mentir para você mesma
Mas não pode me enganar.

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