domingo, 17 de fevereiro de 2013

Poema perecível



Quem é o seu poeta favorito?
Será aquele a quem você pode oferecer flores em vida,
ou pode senti-lo se revirando de indignação,
por qualquer motivo, não dentro de um caixão,
mas, de perto, em carne e osso?
Às vezes com predominância de osso, mas ainda vivo!

Ou será aquele que você pode xingar, beijar, abraçar,
apertar a mão, contestar e até questioná-lo
sobre o que ele queria dizer com aquele poema?
E com um pouco de sorte não ouvi-lo dizer:
“Eu também queria saber...”

Será um poeta que você poderá não somente
discordar ou concordar com as suas idéias,
mas também influenciar, inspirar, e quem sabe até
ser o tema de um poema inteiro?
Aquele que você poderá chamar de amigo;  
Que está próximo no tempo e no espaço;
Que não desconhece a sua existência;
E pode até falar mal de você, mas fala de você,
porque não ignora a sua pessoa.

Talvez o seu poeta favorito seja...
aquele que você pode convidar para um café, um sorvete,
uma visita à igreja ou uma cervejinha no Rio Vermelho;
Aquele que você pode ligar a qualquer hora do dia ou da noite;
Aquele que você pode mandar uma carta um email
dizendo: Eu te amo!;
dizendo: Eu te odeio!
Não sei... Qualquer coisa...

Sem mais rodeio
Este é um poema com curto período de validade.
Depois de lido, no nosso caso,
utilizar suas sugestões só até o dia da minha morte.
Quando me juntarei aos inacessíveis de verdade.

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