Um passarinho pousou em minha cabeça e disse:
-Você
não está percebendo que está suado?
-Melhor
tomar um banho, agora!
Eu
atendi, e fui tomar banho antes que viesse outro e
me
dissesse outra coisa diferente.
Mas,
dentro do banheiro, outro passarinho
pousou
novamente em minha cabeça.
Tentei
descobrir de onde viera e quem o enviou, mas...
não
consegui, e sobre isso ele nada me falou.
Dava
para sentir suas garras afiadas roçando o meu
couro
cabeludo e fazendo cócegas em minha cabeça.
Eu
sabia que não era a caspa. É bem diferente.
Por
isso coloque-me frente ao espelho, na esperança de vê-lo,
e
nada vi. Mas sei que ele estava lá me dizendo coisas.
Muitas
das quais eu nem queria saber.
Até
assobiou para mim a canção que eu deveria cantarolar,
sob
os pingos de água gelada, no chuveiro.
Sempre foi assim, eles
não me deixam nem durante o sono.
Nenhum comentário:
Postar um comentário