Com os olhos ainda remelados
Passo
a vista discreta no jornal
Faço
as pazes com a leitura
Logo
com o mundo fico de mal.
Caim
matou seu irmão Abel
A
primeira manchete do dia
O
juiz o livrou de represálias
E
deu-lhe o castigo que merecia.
Prossigo...
e espanto-me mais...
Enchente
mata famílias inteiras
Milhares
de vidas afogaram-se
Inclusive
de inocentes animais.
Com
uma faca em punho alto
Pai
pretendia matar filho jovem
Até
que força maior o coibiu e
Felizmente
o pior não aconteceu.
Jovem
é vendido como escravo
Traficado
pelos próprios irmãos
Que
planejavam a sua morte
Apenas
porque era um sonhador.
Mulher
flagrada traindo marido
Livra-se
do apedrejamento por
Homens
“puros” que ali estava
No
momento do ocorrido.
Homem
foi friamente torturado
Crucificado
e assassinado,
Na
presença de gente como nós,
Porque
curava, fazia milagres
E
pregava o amor incondicional.
Não
quero caderno de empregos
Não
quero saber sobre esportes
Tampouco
das violências banais
Chega
de barbaridades; queremos
Mais poesia em nossos
jornais.
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