quarta-feira, 6 de março de 2013

Primeiras notícias


Com os olhos ainda remelados
Passo a vista discreta no jornal
Faço as pazes com a leitura
Logo com o mundo fico de mal.

Caim matou seu irmão Abel
A primeira manchete do dia
O juiz o livrou de represálias
E deu-lhe o castigo que merecia.

Prossigo... e espanto-me mais...
Enchente mata famílias inteiras
Milhares de vidas afogaram-se
Inclusive de inocentes animais.

Com uma faca em punho alto
Pai pretendia matar filho jovem
Até que força maior o coibiu e
Felizmente o pior não aconteceu.

Jovem é vendido como escravo
Traficado pelos próprios irmãos
Que planejavam a sua morte
Apenas porque era um sonhador.

Mulher flagrada traindo marido
Livra-se do apedrejamento por
Homens “puros” que ali estava
No momento do ocorrido.

Homem foi friamente torturado
Crucificado e assassinado,
Na presença de gente como nós,
Porque curava, fazia milagres
E pregava o amor incondicional.

Não quero caderno de empregos
Não quero saber sobre esportes
Tampouco das violências banais
Chega de barbaridades; queremos
Mais poesia em nossos jornais.

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