quinta-feira, 28 de março de 2013

Soneto agourento


Se eu morresse hoje, nem sei o que seria
Todos teriam que fazer uma vaquinha
Conseguir um caixão doado Ou pedir
Dinheiro emprestado dalgum canguinha.

Se eu morresse hoje, sei bem o que seria
Pouco mais que uma boca a menos. Mas
Neinha seria muito triste por culpa minha
Não deixaria nem mesmo filhos pequenos.

Deixaria a conta e um quarto vazio; cama;
Um aparelho de som velho; computador;
Um ventilador e uns poemas vis, amenos.

Se eu morresse hoje, deixaria saudade;
Certeza para uns e duvidas para outros
Sobre a pessoa que eu fui de verdade.

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