Nas linhas deste poema
Desenvolvo
uma linha de raciocínio
Alinhavo
diferentes pensamentos
Costuro
novas ideias e
visto-me
de argumentos.
Na
roupa, com linha, se faz costura
Na
pele, com fio, se faz sutura
Cabos
de aço apoiam qualquer estrutura
Cabine
de ascensores, pontes e
monumentos
Na
vida tudo se amarra,
se
prende, se enclausura
Exceto
os pensamentos.
Levo
a vida por um fio
Às
vezes perco o fio da meada
A
linha é as minhas pegadas
caoticamente
deixadas nos espaços
Meu
corpo é um novelo
nas
patas de um bichano atroz
chamado
tempo
-
A linha é do tempo.
Entre
mulheres formosas
Como
as que sempre encontro
Eu
perco a linha
Piso
em meu cadarço, tropeço
Me
enrolo, me embaraço
Em
linhas curvas de belo traço.
Romantismo
saiu de linha
Assim
como moedas de um centavo
Perdeu
o valor ao cair em desuso
Saiu
de circulação
Se
ao menos eu tivesse um carro
Eu
abriria a porta para Ela
Mas
não tenho sequer
uma
bicicleta pra condução.
Busco
a linha do horizonte
Agora
como o albatroz
Voo
sobre a Linha do Equador
E
a vejo tão imaginaria como a que
a
vida coloca entre nós
Nos
separando em nossos mundos.
Com
minha linha temperada
Empino
papagaio, periquito, morcego
Empino
até pombo e beija-flor
Dou
jogo no que eu quiser
Mas,
sempre tomo toque, na mão!
Enroscado
em meu próprio barandão
Lá
vai ela com meu coração.
Não
tenho medo da solidão
Pois,
na linha de chegada
querendo
ou não, todos seremos sós
Então,
só pedirei à próxima a entrar
no
meu coração
que
pise com carinho
E
ao sair não bata a porta
Pois
o mundo dá voltas
E
Deus sempre escreve certo
Ainda
que, em linhas tortas.
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