sábado, 8 de dezembro de 2012

Nas linhas deste poema


Nas linhas deste poema
Desenvolvo uma linha de raciocínio
Alinhavo diferentes pensamentos
Costuro novas ideias e
visto-me de argumentos.

Na roupa, com linha, se faz costura
Na pele, com fio, se faz sutura
Cabos de aço apoiam qualquer estrutura
Cabine de ascensores, pontes e
monumentos
Na vida tudo se amarra,
se prende, se enclausura
Exceto os pensamentos.

Levo a vida por um fio
Às vezes perco o fio da meada
A linha é as minhas pegadas
caoticamente deixadas nos espaços
Meu corpo é um novelo
nas patas de um bichano atroz
chamado tempo
- A linha é do tempo.

Entre mulheres formosas
Como as que sempre encontro
Eu perco a linha
Piso em meu cadarço, tropeço
Me enrolo, me embaraço
Em linhas curvas de belo traço.

Romantismo saiu de linha
Assim como moedas de um centavo
Perdeu o valor ao cair em desuso
Saiu de circulação
Se ao menos eu tivesse um carro
Eu abriria a porta para Ela
Mas não tenho sequer
uma bicicleta pra condução.

Busco a linha do horizonte
Agora como o albatroz
Voo sobre a Linha do Equador
E a vejo tão imaginaria como a que
a vida coloca entre nós
Nos separando em nossos mundos.

Com minha linha temperada
Empino papagaio, periquito, morcego
Empino até pombo e beija-flor
Dou jogo no que eu quiser
Mas, sempre tomo toque, na mão!
Enroscado em meu próprio barandão
Lá vai ela com meu coração.

Não tenho medo da solidão
Pois, na linha de chegada
querendo ou não, todos seremos sós
Então, só pedirei à próxima a entrar
no meu coração
que pise com carinho
E ao sair não bata a porta
Pois o mundo dá voltas
E Deus sempre escreve certo
Ainda que, em linhas tortas.

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