Inventei o futebol, organizei
Criei
as regras, disse como fazer, mas...
Eu
mesmo não sei o que fazer com a bola nos pés
Para
falar a verdade, tenho pernas de pau
Não
sei fazer outra coisa senão
Correr
com o pensamento
Driblar
os problemas da vida
E
fazer gols de letra para um estádio vazio
Foi
assim que me acostumei a jogar...
Quem
sabe um dia, num gueto
De
um país qualquer de terceiro mundo
Algum
menino de barriga grande
Pés
descalços, imundo
Com
ranho a beira do lábio
Ganhe
o que eu não ganho
Ao
mostrar-se mais sábio
Fazendo
o que eu não sei fazer
Com
a maravilha que inventei.
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