Bem
longe da minha janela.
Em
minha casa não há jardim,
Somente
a minha infância.
Não
há nem flores de plástico
Empoeiradas
por aqui.
Quando
cheirei flores, só senti
Cheiro
de mato ou de morte.
Quando
a lua aparece, tímida,
Neste
céu emoldurado,
Logo
se esconde atrás das casas
Sem
reboco, sem cores.
Cães
e pássaros são maltratados
E
eu sou cúmplice...
Eu
corro da chuva, tampouco
Canto
ou danço nela.
Eu
não me importo com ninguém!
Não
sei o que é amor.
Não
sei o que é ódio.
Não
sei o que é paixão.
Não
sei o que é desejo.
Não
sei o que é amizade.
Não
sei o que é carinho.
Acho
que nunca soube bem diferenciar...
Eu
não colho o dia,
Não
colho a semana,
Nem
o mês, nem o ano.
Eu
não colho nada
Porque
sempre semeei nada!
Nunca
plantei UMA árvore.
Nunca
plantei sequer vento.
-Que
apodreçam as tempestades!
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