sábado, 14 de setembro de 2013

Quem planta invenção colhe poesia

Os pássaros sempre passaram
Bem longe da minha janela.
Em minha casa não há jardim,
Somente a minha infância.
Não há nem flores de plástico
Empoeiradas por aqui.
Quando cheirei flores, só senti
Cheiro de mato ou de morte.
Quando a lua aparece, tímida,
Neste céu emoldurado,
Logo se esconde atrás das casas
Sem reboco, sem cores.
Cães e pássaros são maltratados
E eu sou cúmplice...
Eu corro da chuva, tampouco
Canto ou danço nela.
Eu não me importo com ninguém!
Não sei o que é amor.
Não sei o que é ódio.
Não sei o que é paixão.
Não sei o que é desejo.
Não sei o que é amizade.
Não sei o que é carinho.
Acho que nunca soube bem diferenciar...
Eu não colho o dia,
Não colho a semana,
Nem o mês, nem o ano.
Eu não colho nada
Porque sempre semeei nada!
Nunca plantei UMA árvore.
Nunca plantei sequer vento.

-Que apodreçam as tempestades!

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