sábado, 13 de abril de 2013

Me tire do bolo, poeta


Não preciso definir minha cidade
Há muito tempo ela foi bem definida...
Para melhor, por aqui, nada mudou
Basta breve caminhada por qualquer avenida.

Os ff de furtar e foder consubstancializaram-se
Meu nome estrangeiro que os diga
Entretanto, só furto atenção das pessoas
E no fim das contas
Só fôdo a minha própria vida.

Desvalorizamos a nossa cultura riquíssima
A favor duma cultura americanizada, europeizada
Alguns cães de madame já latem em inglês
Em inglês também batemos palmas, damos risada.

Quem com ferro fere, com ferro é ferido
Mas os que realmente furtam e fodem a cidade
Tem iate, jatinho, conta bancária no exterior...
Nunca são encontrados entre mortos e feridos.

Os motoristas ignorantes fodem as calçadas
Corruptos fodem até a educação pública
Vândalos fodem os monumentos, lixeiras
Orelhões, bebedouros, banheiros públicos.

Cartão postal só com maquiagem pesada
E tratamento em photoshop
Só assim minha cidade é linda demais
Tal como paraíso tropical.

Empresários e elite furtaram nosso carnaval
Em dia normal, não há o que ver nas ruas
Alguém furtou os pontos turísticos, levaram tudo
Deixaram esta jovem senhora que é a nossa cidade
Completamente nua.

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