domingo, 13 de outubro de 2013

Carona para Deus


Posso até bater a moto
Mas nunca bato boca.
Se eu tomar uma fechada
E conseguir esquivar-me ileso,
Sigo o meu caminho
Como se não tivesse ocorrido nada.

Sei que nunca estou sozinho.
E se eu não morrer por causa
De qualquer erro, inda que alheio,
Também não morrerei por causa
De xingamentos inúteis
Ou do meu dedo do meio.

Vou. Mas nunca sei se volto...
Só sei que se eu morrer
Neste trânsito caótico, desumano,
Sendo eu culpado ou não,
Morrerei calado
Ou pedindo perdão.

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