terça-feira, 15 de outubro de 2013

Lar, acre lar


Venho de onde estou
há quase trinta e três anos.
Cresci na “casa do beco”.
Um quarto e sala apertado
com banheiro no quintal
e chão cimentado.

Mas, tinha “a outra casa”.
Outro quarto e sala anexo
onde havia goteiras,
infiltrações, frieza,
camundongos, aranhas,
baratas, escorpiões,
piolhos de cobra, tatuzinhos,
galinhas, pombos,
bicicletas velhas, ferragens,
madeiras, telhas, ferramentas,
resto de materiais..., etc.

Depois... mudamos para
uma casa mais baixo, antes de morar
noutra casa em frente de rua
E voltar para a casa da gruna,
(todas no mesmo bairro)
onde meu pai teve a primeira venda,
eu aprendi a passar troco
e comecei um desentendimento
com os papeis numerados
e coloridos.

Vendíamos cigarros, cervejas,
refrigerantes, tubaínas,
geladinho, picolé, salgadinhos,
nego bom, pé-de-moleque,
balas, chicletes, pirulitos,
bolinha doce, bolinha salgada,
amendoim torrado, etc.

Atualmente, essa venda tornou-se
o meu quarto,
donde dou uma de louco:
vendo poemas fiado
e ainda dou troco.

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