Venho de onde estou
há
quase trinta e três anos.
Cresci
na “casa do beco”.
Um
quarto e sala apertado
com
banheiro no quintal
e
chão cimentado.
Mas,
tinha “a outra casa”.
Outro
quarto e sala anexo
onde
havia goteiras,
infiltrações,
frieza,
camundongos,
aranhas,
baratas,
escorpiões,
piolhos
de cobra, tatuzinhos,
galinhas,
pombos,
bicicletas
velhas, ferragens,
madeiras,
telhas, ferramentas,
resto
de materiais..., etc.
Depois...
mudamos para
uma
casa mais baixo, antes de morar
noutra
casa em frente de rua
E
voltar para a casa da gruna,
(todas
no mesmo bairro)
onde
meu pai teve a primeira venda,
eu
aprendi a passar troco
e
comecei um desentendimento
com
os papeis numerados
e
coloridos.
Vendíamos
cigarros, cervejas,
refrigerantes,
tubaínas,
geladinho,
picolé, salgadinhos,
nego
bom, pé-de-moleque,
balas,
chicletes, pirulitos,
bolinha
doce, bolinha salgada,
amendoim
torrado, etc.
Atualmente,
essa venda tornou-se
o
meu quarto,
donde
dou uma de louco:
vendo
poemas fiado
e
ainda dou troco.
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