Quando eu crescer quero ser
Igual
ao fazendeiro Manoel de barros
Para
poder comprar o ócio
Em
vez de apartamentos e carros
Quando
eu crescer quero ser
Igual
ao professor Manuel Bandeira
Para
juntar dinheiro e ir embora pra Pasárgada
Como
sonhei a vida inteira
Quando
eu crescer quero ser igual
Ao
farmacêutico Carlos Drummond de Andrade
E
passar oito horas por dia
Elaborando
remédios que curam de verdade
Quando
eu crescer quero ser
Igual
ao jornalista Mario Quintana
E
fazer o que faz um jornalista deste quilate
Nos
sete dias da semana
Quando
eu crescer quero ser
Igual
ao diplomata Vinicius de Moraes
E
aproximar o erudito ao popular
Especialmente,
em relações nacionais
Quando
eu crescer quero ser
Igual
ao advogado Boca do Inferno
Entretanto,
para acusar ou defender
Não
quero ter que, um dia, usar terno
Quando
eu crescer quero ser
Igual
ao indeciso Fernando Pessoa
Correspondente
em línguas estrangeiras
Tradutor,
inventor, publicitário e à toa
Quando
eu morrer, quero ser lembrado
Pelas
coisas que tentei ser...
Nenhum comentário:
Postar um comentário