Quando eu tinha treze ou quatorze anos lembro que,
uma
vez, desci a rua e parei no murinho da oficina de Carlitos.
Local
onde meus amigos e eu nos reuníamos à noite para ter
um
dedinho de prosa.
Neste
dia um dos meus amigos não compareceu ao muro. Então
fui
à janela da casa dele chamá-lo para juntar-se aos demais
e
o encontrei sentado no sofá com um caderno aberto sobre colo
e
uma caneta em punho.
Logo,
recusou o meu convite porque estava a escrever poesias...
Imediatamente
pensei, desapontado:
Poesia...
Isso
é coisa de meninas!
Hoje,
duas décadas depois, eu respiro poesia como poesia
como
flor como mulher e sinto que
quando
escrevo um poema não estou fazendo coisa de mulher
e
sim, coisas com mulheres.
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