segunda-feira, 17 de março de 2014

Anatomia de um apaixonado anacrônico


Mais uma linda noite de lua cheia
Que eu dormi com os olhos abertos
E sonhei acordado com a menina
Do cabelo cheio e seios durinhos
Que dariam, cada um, uma mancheia
E acordei com o coração apertado...
E o pau duro.

Lamentei a minha falta de sorte
Notei o meu pé frio ao despertar
Depois de falar com a boca cheia
Na maçã do rosto dela
E pedir que ela tirasse a cara fechada
Enquanto beijava seus lábios finos
E mordia seu queixo duro e insensível.

Confesso que tenho o olho gordo:
Pediria não apenas a mão dela, mas
O corpo todo...
Se eu não fosse um pé duro
Com a mão e a mente aberta
Por onde me transborda a poesia.

Sei que esse sentimento não tem futuro
Mas eu sou miolo mole e cabeça dura
Não resisto quando ela passa com
Graça, inteligência, conteúdo...
O seu cabelo natural, crespo, solto...
Sorriso discreto e olhos graúdos.

Sei também que ás vezes
Eu reclamo de barriga cheia
Pois, ao menos já ganhei sua simpatia
E se ela não quiser mais nada comigo
Não saio totalmente de mãos vazia.

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