quinta-feira, 6 de março de 2014

Um grilo na cabeça
















Hoje eu fui dormir com um grilo na cabeça
O grilo fez eu me lembrar da minha infância
E tentei imaginar as muitas dificuldades que
Os animais precisam enfrentar sozinhos.

E me lembrei de um galo que eu tive
Garboso, valente, especial
Embora tivesse perdido uma das patas.

Lembrei também de uma pomba que eu tive
Branca, suja, magra, mas resistente
Pois também perdera uma das patas.

Hoje eu fui dormir com um grilo na cabeça
Pergunto-me onde ele estará agora
O conheci a mais ou menos duas semanas
E não o vejo a mais ou menos dois dias.

O meu grilo só tem cinco patas
Quando eu chego da rua e acendo a luz
Ele vem me receber pulando de alegria...

Para em cima do pano de chão branco, sujo,
Para que eu perceba a sua insignificância
E volta para debaixo da cama.

Hoje eu fui dormir com um grilo na cabeça
Será que o meu grilo morreu?
Será que eu o pisei e nem percebi?
Onde ele estará agora?

Como perdera uma das suas patas
E metade de uma das suas antenas
E ainda encontrava forças para pular?

Por que eu nunca o ouvi cantar?
Será que os seus semelhantes o fizeram
Acreditar que ele não sabia cantar?

Hoje eu fui dormir com esse grilo na cabeça.

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