quinta-feira, 7 de maio de 2015

Barba de molho


Já fui censurado por ter cortado o cabelo curto demais
E revelado a minha cabeça de alienígena.

Assim como já fui censurado por deixar os fios crescerem demais
Mas se esquecem que Lampião, o cabra mais macho que já vi
Usava cabelos compridos.

Quem nunca ouviu falar da força de Sansão concentrada em seu longo cabelo?
E Hércules também retratado em cabelos compridos!?

Sabe-se que Jesus, igualmente aos homens daquela época, usava cabelos compridos
E eram homens respeitados inclusive pelo tamanho das suas barbas.

Agora, imagine você que para ir ao encontro da confirmação do batismo do meu afilhado,
Em uma igreja católica, sugeriram-me que eu cortasse o cabelo e fizesse a barba...

Deus que é Deus, já havia criado a moda da barba e cabelo comprido
Antes mesmo de criar o céu, o mar, a terra e as bactérias.

Aí eu fico imaginando a quantidade de bactérias que podem ter evoluído
Na barba de Charles Darwin!

Imaginando o terror das bactérias mortíferas que podem ter permanecido
Escondidas na barba do Bin Laden!

Imaginando se bactérias se desenvolveram como versos livres
Na barba de Walt Whitman!

Fico pensando sobre como pode ter sido a formação das bactérias
Na barba do Paulo Freire!

Imaginando o quão malucas-beleza podem ter sido as bactérias
Na barba do Raulzito!

Fico refletindo sobre a possibilidade de bactérias, demasiadas bactérias
No grosso bigode de Nietzsche!

E sobre a possibilidade de bactérias loucas
No bigode de Leminski!

Fico tentando imaginar se existiam ou não existiam bactérias
Na barba russa de Dostoiévski!

Imaginando se não seria pura invenção a possibilidade de polibactérias
Na barba de Leonardo da Vinci!

Imaginando a relação conflituosa entre as possíveis classes bacterianas
Na barba de Karl Marx!

Meditando sobre a possível proliferação de sábias bactérias
Na barba de osho!

E por fim concluo que eu deveria deixar a minha de molho
É o que eu acho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário