quarta-feira, 27 de maio de 2015

No quinto dos invernos


Cinco primaveras sem meu bem de jardineira
Borboletas e colibris fazem greves de beijos
Os zangões se zangam por qualquer besteira
E depois dos motins sou motivo de motejos.

Cinco verões que saio para ver o pôr do sol
Sempre acompanhado do meu amor próprio
Invejo casais felizes jogando seu frescobol
E conto os grãos de areia em microscópio.

Cinco outonos com chão repleto de pétalas
Ao desfolhar mal me quer, mal me quer
A brisa serena vai formando as mandalas.

Por quatro invernos mais que eternos
Durmo de conchinha com o meu amor próprio
Mesmo com um pé no quinto dos invernos.

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