quinta-feira, 21 de maio de 2015

Bicho de sete estrofes


Poesia é um bicho solto
Pra mulher subir pela parede
Como a sereia que sobe o rio
Quando uma onça mata a sede.

Poesia é um bicho dos livros
E eu sugiro que não os abra!
Sente-se melhor uma ovelha
De frente pro chupa cabra.

Poesia é um bicho dos livros
Entre as folhas como o caipora
Que leva a gente à perdição
Sem noção de espaço e hora.

Poesia é um bicho confuso
Pois se não lhe falta a cabeça
Como na mula sem cabeça
Falta-lhe um parafuso.

Poesia é um bicho diferente
Do temido bicho papão
Pois só aparece quando ligam
A luz da imaginação.

Poesia é um bicho misterioso
Nela de tudo se inventa!
Até se mata um lobisomem
Utilizando bala de menta.

Poesia é uma mentira cabeluda
E como na Bahia não neva
O monstro das neves faz um bico
De abominável poeta da treva.

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