domingo, 3 de maio de 2015

Imunidade


Quando era solteiro ele tinha muitas amigas
Permissivas e gentis
E as abraçava calorosamente
E as beijava com beijos estalados
E as tocava frequentemente
Era um rapaz muito galanteador.

Quando era jovem ele tinha muitos amigos
E os ganhava facilmente
Encontravam-se frequentemente
Para fumar, beber, comer
Para falar sobre suas conquistas e vitórias
E apreciarem os corpos das mulheres.

Quando era jovem ele dormia fora de casa
Comia todas as menininhas da escola
Fumava cigarro, bebia cerveja
Experimentou maconha trinta vezes
E viveu suas próprias experiências.

Quando era jovem ele era mais homem que os outros
Tinha muita coragem e valentia
Vivia envolvido em brigas na escola e na rua
E ganhara em todas elas
Sem sequer o mérito de uma sequela ou cicatriz
Viu a morte de perto
E, segundo ele, ela estava viva.

Hoje, maduro, casado, pai de família, religioso
A violência bate à sua porta
Doida para lhe beijar
E ele diz: “Dois alto!!”

Seus filhos querem viver suas próprias experiências
Mas ele quer que seus filhos aprendam
Com experiências alheias
E lhes diz: “Dois alto!!”

Os amigos fazem fila em sua porta
Convidando-o para as viagens
Noitadas, praias e futebol
E ele diz: “Dois alto!!”

Os homens querem assediar a sua bela e gentil esposa
Na faculdade e no trabalho
Tentam se aproximar um pouco mais...
Mas ele espera que se deem ao respeito
E grita: “Dois alto!!”

Ele é um homem que sabe o momento certo de
Parar.

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