Num poema cabem palavrões como,
por
exemplo,
paralelepípedos
e esternocleidomastóideo
Trocadilhos
caem bem como sequilhos
para
não correr o risco de enganos
E
metáfora é como uma chave-mestra
Que
abre as portas de qualquer coração.
Num
poema cabe auto-retrato escrito
auto-caricatura
auto-biografia
auto-critica
mas
auto-ajuda não cabe!
Cabe
Vitória, Saúde, Piedade, Liberdade...
Cabe
humor cabe uma cidade inteira, porém
convicções,
moral, normas, regras
paradigmas...
costumam
estragar a brincadeira...
Contradição
é inadmissível!
Portanto
cabem amor e ódio no mesmo poema
já
que ambos não se excluem entre si
Protesto?
Não cabe!
Melhor
sujar a cara com aquarela,
nas
cores verde e amarela,
que
sai com água
A
poesia nos estranha, entranha...
Ironia
em poesia, jamais...
Se
no meio do caminho tiver uma merda
ou
se tiver uma merda no meio do caminho
cabe
uma paródia
cabe
redundância cabe superfluidade de palavras
cabem
contradições se forem usadas com incoerência
cabem
equívocos se forem redondos
cabe
dez por cento de mentira cabe mimese...
Cabem
invenções...
Cabe
uma renca de invenções!
Mas
só se forem de cretado para o poema
se
estrobojarem no poema
se
surgirem como um gumito
muciço,
encorpado, revigorante.
Cabe
rima, mas a falta de rima
Não
joga um poema lá em baixo,
Pelo
contrário, joga lá no alto
Os
versos podem ser tradicionais ou
versos
livres
Livres,
principalmente, se falamos de passarinhos
Num
poema há, ainda, bastante espaço para
a
exaltação do belo
E
da bela, é claro!
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