Dona
Neinha é empregada domestica
Igual
a muitas outras guerreiras
Exaltadas
pelo Tayrone Cigano
Este
mais artista que certos fulanos
da
mídia
Secretária
do lar?
Faça-me
uma garapa
Pois
ser faxineira não é vergonha
Vergonha
é vê-la na telazinha
Satirizada
por débeis artistas
Vergonha
é cruzar os braços e
esperar
a grana chegar
com
a bunda grudada no sofá
Achando
graça em termos pejorativos
que
no intervalo dos risos
causam
asco, náuseas
Não
coloco na boca
esse
chiclete do Diabo
E
por todos, mastigado
Papel
de demente dá muito trabalho
Não
é pra qualquer um
Por
isso colocam sempre as mesmas caras
para
interpretar
Só
mudam os nomes das personagens
E
olhe lá!
Sempre
a mesma historia
A
mesma comedia barata
O
mesmo suspense, batido
A
mesma ficção
Sem
noção
Manual
de artimanhas, preconceito e
traição
Do
esplendor cinematográfico
Ao
charco novelística
Em
Guerra de Canudos
inclusive
a meretriz Luiza comoveu-me
pela
excelente interpretação da atriz
Agora
me dão nojo
esses
sotaques estereotipados
Produzido
em laboratórios Miojo
Jorge
Amado não viu Gabriela
virar
coadjuvante
Assim,
parece até que eu odeio novelas
Nana-Nina-Não
Eu
gostava de Chiquititas
Carrossel
sem Maisa
E
o besteirol brasileiro
em
malhação
Mas,
se isso que vemos hoje na tela é
sinônimo
de criatividade e talento
O
mercado artístico tende a inchar
No
zoológico vai faltar anta
E
aqui, na lavagem do Bonfim, vai faltar jumento
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