sábado, 29 de setembro de 2012

Cordilheiras



Um mar azul cobre a minha cama
Da cadeira eu observo atentamente
a silhueta acentuada de um monte imponente
Que a cada hora parece estar numa posição nova
Como se se movimentasse, criando formas diferentes
Cada uma mais bonita do que era antes...

Ao Norte o mar é outro
Não é mais azul - é negro, revolto
As ondas que banham aquela parte
cria um belo contraste com a cor do monte
Que durante a noite é mais escuro;
Ao sol do meio dia é um tanto pardo,
entre o amarelo e o castanho claro,
é clarinho
Ao crepúsculo não é mais pardo,
é pardinho

Às vezes tenho a impressão que
a cordilheira também olha para mim
E são olhos vivos, febris, lascivo
de contorno amendoado
do qual tento fugir,
mas encontro-me sempre encurralado

É curva pra tudo que é lado!
Do Leste ao Oeste, do Norte ao Sul
Todo o contorno da minha cordilheira é saliente
Perecem lábios aquele biquinho lindo
que lembra-me o de uma mulher pouco contente

Agora pergunto para mim mesmo, entredentes
Como pôde Deus nos provocar
criando cordilheiras tão atraentes?

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