sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Metamorfose



Parei para escrever,
nem sabia direito sobre o quê.
Porém, na folha,
que era de papel, surgiram,
de repente, um bando de palavras-lagartas
em forma de riscos, rabiscos,
garrancho
e versos latentes.

Sem inspiração, chateado,
imaginei que era só mais um
poema meia-boca,
bicho feio, menosprezado.
Fiz uma bolinha com a folha e
lancei de qualquer jeito para o lado.
Caiu debaixo da cama
e eu a esqueci.

Dias depois a encontrei
e não lembrei de que se tratava.
Então desamassei para examinar.
Para minha surpresa, na folha
não havia mais as palavras-lagartas
que eu tinha deixado lá.
No lugar de um poema crisálida
eu via agora um belo panapaná.

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