No ventre de Bastet eles já eram
herdeiros
da lua
Ainda
assim foram parar na fogueira da
inquisição
Até
chegarem pestes bubônicas
montadas
em seus ratos
Quando
olharam para os gatos como
uma agradável solução.
Eles
têm muito a ensinar aos cães de caça
São
silenciosos e discretos
enquanto
esgueiram-se
lentamente entre os objetos
Não
usam força nem velocidade
Já
que esbanjam técnica e habilidade.
Não
podem trabalhar para o esquadrão anti-bomba
Não
são farejadores,
embora
bons de faro e determinados,
mas
andam na ponta dos pés
como
se andassem em campo minado.
São
charmosos e elegantes
do
persa ao pé-duro
Se
deixar passa a noite toda encima do muro
Mas
sempre sabe o que quer
E
vai buscar...
com
mais unhas que dentes.
Tanta
autonomia custou-lhes um alto preço
Seres
humanos gostam de bajuladores,
devotos
que os imitem
Por
isso um grande número de gatos vive abandonado,
sem
casa, sem dono, sem endereço.
Gatos
são como poetas;
Enxergam
vida no escuro,
sofrem
em silêncio,
brincam
sozinho,
brincam
com qualquer coisa.
Brincam
com tudo
e
com o nada.
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