sábado, 29 de setembro de 2012

Palavras ao vento


Terei uma eternidade para fazer silêncio
E a minha voz ainda não aprendeu a fazer barulho
Então que a escrita, mesmo manca, tome o seu lugar.

O vento que leva as minhas palavras
é o mesmo que trás as suas pra cá
Suas palavras me golpeiam
Mas é o seu silêncio que vai me matar.

Rabisquei palavras em um papel velho e o joguei no meio da rua
O vento brincou com ele, mas não o levou até você
Então cansei de esperar...
Peguei de volta e joguei pela janela, após digitar
Em uma fração de segundos
as palavras estavam dentro do seu lar.

Se o vento pode levar palavras
para levar as minhas será preciso uma ventania
Vou dizer o que você não quer ouvir, mas precisa:
Amarre bem as palavras
Para que elas não se percam em uma suave brisa.

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