sábado, 29 de setembro de 2012

Ninguém disse que eu não podia



Os muros que levantei, sem prumo, sem nível e nem linha
No olho. Não ficaram tortos e ainda estão de pé
Ninguém disse que eu não podia...

Quando tomei choques, enfrentei vazamentos e infiltrações
Ergui o patamar em três degraus e duas paredes sólidas
Ninguém duvidou que eu conseguisse...

As mesas que servi; os carros que abasteci
Os andares de sonos que velei na madrugada
Com o meu corpo franzino
Ninguém perguntou se eu queria...

O chão que varri; o banheiro que limpei
A geladeira; os pratos e as roupas lavadas
Minha mãe não disse que não deveria ser feito...

Depois de um dia inteiro capinando
Arrancando o mato, carregando barro
Em troca do sorriso dá avó
Não duvidaram da minha força...

Então!

Deixem-me pensar como quero... Deixem-me dizer
Não queiram embotar a minha única alegria.

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